A epilepsia é uma condição neurológica que afeta milhões de pessoas no mundo todo, causando crises recorrentes e desafiando a qualidade de vida dos pacientes.
No Brasil, cerca de 3 milhões de pessoas sofrem com essa condição, de acordo com informações da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, que aponta que aproximadamente 25% dos pacientes brasileiros têm epilepsia em estágio grave e necessitam de cuidados médicos contínuos e, muitas vezes, de intervenção cirúrgica por conta da gravidade das crises.
Com o avanço das pesquisas médicas, a cannabis medicinal se consolida como uma possível alternativa terapêutica para a epilepsia. No Brasil, há um marco acerca desse tema, que é a história de Anny Fischer, uma menina com Síndrome de CDKL5, uma forma rara de epilepsia.
Seus pais conseguiram autorização da Anvisa para importar o medicamento à base de cannabis em 2014, após uma longa batalha judicial. O tratamento trouxe uma melhora significativa na qualidade de vida de Anny, que na época tinha 5 anos, e também abriu caminho para outras famílias buscarem alternativas semelhantes.
Mas como exatamente a cannabis pode ajudar no tratamento da epilepsia? A seguir vamos explorar os benefícios que sustentam o uso da cannabis para essa condição, bem como o que a ciência diz a respeito. Confira.
A planta como alternativa ao tratamento convencional
A epilepsia é caracterizada por descargas elétricas anormais no cérebro, levando a crises que podem variar de leves a severas.
A epilepsia atinge todas as idades, sendo mais comum em crianças e idosos, informa o Ministério da Saúde do Brasil. Em crianças, a condição pode resultar de fatores genéticos ou lesões perinatais, enquanto nos idosos, as causas mais frequentes incluem doenças cerebrovasculares, como o AVC.
A condição pode ser desencadeada por uma variedade de fatores, incluindo lesões cerebrais, infecções como meningite, complicações durante o parto e questões genéticas. A prevalência da epilepsia é aproximadamente igual entre homens e mulheres, e a doença pode se manifestar de diferentes formas, dependendo da área do cérebro afetada.
Os tratamentos tradicionais incluem medicamentos anticonvulsivantes que, embora essenciais para o controle das crises epilépticas, podem apresentar uma série de riscos e possíveis sequelas (e nem sempre funcionam para todos os pacientes). Sonolência, tontura, ganho de peso, perda de coordenação motora e problemas de memória estão entre os efeitos colaterais mais comuns desses medicamentos.
Além disso, em casos mais graves, esses medicamentos podem causar problemas hepáticos, pancreatite e reações alérgicas severas. O uso prolongado pode levar à osteoporose e outras complicações ósseas por conta da interferência na absorção de vitamina D.
E, também, alguns anticonvulsivantes estão associados a riscos de depressão e pensamentos suicidas, requerendo uma monitoração constante pelos profissionais da saúde.
É nesse panorama que a cannabis entra em cena, oferecendo uma nova alternativa terapêutica para os que não encontram alívio nos tratamentos convencionais.
Os canabinoides como aliados ao tratamento da epilepsia
A planta Cannabis sativa contém diversos ativos, entre eles os canabinoides, que são compostos químicos que interagem com o sistema endocanabinoide, uma rede complexa de receptores e neurotransmissores distribuídos por todo o organismo, responsável pela regulação de várias funções fisiológicas e cognitivas.
Estudos como esse têm demonstrado que o CBD (canabidiol) pode reduzir a frequência e a intensidade das crises epilépticas, especialmente em formas graves da doença, como a Síndrome de Dravet e a Síndrome de Lennox-Gastaut.
Além do CBD, outros canabinoides também estão sendo estudados por seus potenciais benefícios no tratamento da epilepsia. Entre eles, destacam-se o THC (tetra-hidrocanabinol), o CBG (cannabigerol) e o CBC (canabicromeno). Confira mais a respeito de cada um.
THC (tetra-hidrocanabinol)
Embora o THC seja conhecido por seus efeitos psicoativos, ele também possui propriedades analgésicas, sedativas e anticonvulsivantes. No entanto, seu uso no tratamento da epilepsia é limitado por conta dos efeitos psicoativos. Estudos mostram que, quando combinado com o CBD, o THC pode contribuir para uma maior eficácia terapêutica, uma vez que os dois canabinoides podem atuar sinergicamente para controlar as crises, em um fenômeno conhecido como efeito entourage ou efeito comitiva.
CBG (cannabigerol)
Pesquisas iniciais indicam que o CBG possui propriedades anti-inflamatórias, antibacterianas e neuroprotetoras. Além disso, esse composto pode ajudar a reduzir a excitabilidade neuronal que leva às crises epilépticas, tudo isso com um perfil de segurança potencialmente favorável.
CBC (canabicromeno)
O CBC é outro canabinoide que tem mostrado potencial anticonvulsivante em estudos pré-clínicos. Ele pode atuar por meio da modulação do sistema endocanabinoide, e da interação com outros sistemas neurotransmissores no cérebro, contribuindo para a estabilização da atividade neuronal.
Números que inspiram e fatos para celebrar o tratamento da epilepsia com cannabis
Numerosas mães têm relatado melhorias significativas na saúde dos seus filhos com epilepsia a partir do uso da cannabis. Crianças que antes tinham dezenas de crises diárias experimentam uma redução drástica na frequência das crises, melhorando consideravelmente sua qualidade de vida.
Esses relatos são respaldados por evidências clínicas e estudos científicos. Por exemplo, um estudo publicado no Journal of Neurology, Neurosurgery & Psychiatry, mostrou que o uso de canabinoides pode levar a uma redução de 50% ou mais na frequência de crises em pacientes com epilepsia resistente a tratamentos convencionais.
Em outro estudo, crianças com epilepsia intratável medicadas com produtos de cannabis feitos a partir da planta inteira, mostraram uma redução significativa na frequência das crises, e conseguiram reduzir ou eliminar o uso de medicamentos antiepilépticos tradicionais.
Um fato recente que marca o avanço dessa pauta na saúde pública brasileira aconteceu em maio de 2024, quando o governo do Estado de São Paulo autorizou a distribuição de produtos à base de cannabis para o tratamento de síndromes epilépticas severas, como Lennox-Gastaut e Dravet.
A síndrome de Lennox-Gastaut, por exemplo, afeta principalmente crianças pequenas. E o CBD tem sido investigado como tratamento de ambas as síndromes, já que ele pode ajudar a reduzir a frequência das convulsões.
Essa medida minimiza os impactos financeiros da judicialização para o Estado e, sobretudo, garante aos pacientes protocolos terapêuticos eficazes e aprovados pelas autoridades do setor.
Dessa forma, pacientes que não respondem aos tratamentos convencionais, podem recorrer a uma alternativa terapêutica baseada em evidências científicas, e sentir uma grande melhora em sua qualidade de vida.
A partir dessa perspectiva, é possível compreender os impactos promissores da cannabis para o tratamento da epilepsia, com o respaldo das evidências científicas e centenas de histórias de sucesso apoiando seu uso. No entanto, abordar essa opção terapêutica com responsabilidade e orientação médica, é parte do processo para garantir o melhor cuidado possível para cada indivíduo.
A importância da consulta e do acompanhamento médico adequado
Contemplando esse cenário de benefícios da cannabis para o tratamento da epilepsia, é fundamental lembrar que cada caso é único, assim como cada paciente, e portanto a consulta com um médico especialista é chave para determinar o tratamento ideal.
Essa é a filosofia da CannaCare e, além disso, garantimos um acompanhamento médico contínuo para que o uso da cannabis seja seguro e eficaz, ajustando doses, monitorando possíveis efeitos colaterais e avaliando a resposta do paciente ao tratamento.
Aqui na CannaCare, você tem todo o acolhimento, mais uma avaliação inicial detalhada; a escolha adequada do produto à base de cannabis; a determinação da dosagem correta e o monitoramento regular do seu progresso.
Lembrando que o acompanhamento contínuo permite ajustes necessários, garantindo que os benefícios terapêuticos da cannabis sejam maximizados enquanto os riscos são minimizados. Porque a sua saúde é o que mais importa para a gente.
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