Amplamente utilizada para tratar diversas condições de saúde, como dor crônica, insônia, ansiedade, depressão e uma série de doenças neurológicas, a cannabis também tem sido estudada pelos seus potenciais benefícios no tratamento de várias condições cardiovasculares.
Entre essas condições estão a hipertensão, a aterosclerose e a insuficiência cardíaca, por exemplo. Mas, afinal, como a cannabis pode impactar o sistema cardiovascular? Quais são os benefícios comprovados e possíveis os riscos envolvidos?
Se você está considerando o uso da cannabis para tratar problemas cardiovasculares ou simplesmente quer entender melhor os seus efeitos, continue lendo para obter informações baseadas em evidências científicas.
Condições cardiovasculares e a cannabis
Hipertensão
Também conhecida por pressão alta, a hipertensão é uma condição comum que pode levar a sérios problemas de saúde se não for controlada adequadamente. Entre os principais riscos associados à hipertensão, estão danos às artérias (que podem levar ao endurecimento e ao estreitamento das artérias, aumentando o risco de doenças cardíacas, ataques cardíacos e insuficiência cardíaca).
Além disso, a pressão alta pode causar o rompimento ou bloqueio das artérias que fornecem sangue ao cérebro, resultando em AVC; insuficiência renal; problemas de visão; aneurismas (dilatações das artérias) que podem se romper, causando hemorragias internas graves; síndrome metabólica (que aumenta o risco de diabetes e doenças cardíacas) e declínio cognitivo (a pressão alta crônica pode afetar o fluxo sanguíneo para o cérebro, aumentando o risco de demência).
Há evidências de que os canabinoides, componentes ativos da cannabis, podem ajudar a regular a pressão sanguínea. Um estudo publicado em 2017 no Journal of Clinical Investigation, investigou os efeitos do canabidiol (CBD) na pressão arterial. Os resultados mostraram que uma dose única de 600 mg de CBD reduziu a pressão arterial em repouso e a resposta da pressão arterial ao estresse em humanos.
O estudo foi realizado com nove voluntários saudáveis em um ensaio clínico randomizado (participantes distribuídos aleatoriamente em diferentes grupos do estudo), controlado por placebo e duplo-cego (o que significa que nem os participantes, nem os pesquisadores sabem quem está recebendo a intervenção real ou o placebo).
Aterosclerose
Essa condição refere-se ao acúmulo de placas nas artérias, composto por gordura, colesterol, cálcio e outras substâncias, e pode aumentar o risco de doenças cardiovasculares, como ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais (AVC).
Os canabinoides têm mostrado potencial para influenciar positivamente essa condição devido às suas propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes.
Um estudo publicado no Journal of the American College of Cardiology revelou que os canabinoides podem modular o sistema endocanabinoide (SEC), que está envolvido na regulação da inflamação e do metabolismo lipídico.
O sistema endocanabinoide é uma rede de sinalização celular que ajuda a manter o equilíbrio interno do corpo, regulando processos como dor, inflamação, humor, apetite e resposta imunológica. Ele é composto por receptores canabinoides (CB1 no sistema nervoso central e CB2 no sistema imunológico), endocanabinoides (moléculas produzidas pelo corpo que se ligam a esses receptores) e enzimas que sintetizam e degradam esses endocanabinoides.
A ativação dos receptores canabinoides, como o CB1 e o CB2, mostrou efeitos protetores contra a aterosclerose em modelos animais. Por exemplo, a ativação do receptor CB2 foi associada à redução da inflamação vascular e ao retardo na progressão das placas ateroscleróticas. Estes achados sugerem que a cannabis, sob supervisão médica, pode ser uma opção terapêutica promissora para a gestão da aterosclerose e de outras condições cardiovasculares relacionadas.
Insuficiência cardíaca
Uma condição onde o coração não consegue bombear sangue de forma eficaz, a insuficiência cardíaca também pode se beneficiar das propriedades de canabinoides como o CBD, que possui potentes efeitos antioxidantes e anti-inflamatórios que podem ser benéficos para pacientes com essa condição.
Um estudo publicado no Journal of Clinical Medicine destaca que o CBD pode reduzir o estresse oxidativo e a inflamação, fatores críticos na progressão da insuficiência cardíaca. Ao diminuir os níveis de espécies reativas de oxigênio e modular a resposta inflamatória, o CBD ajuda a proteger os tecidos cardíacos dos danos causados por processos inflamatórios crônicos.
Outra pesquisa publicada na Frontiers in Pharmacology sugere que o sistema endocanabinoide desempenha um papel significativo na modulação do sistema imunológico e na regulação da inflamação. Os canabinoides, ao ativar os receptores CB2, mostraram reduzir a inflamação e promover a saúde cardiovascular em modelos experimentais, o que pode ter implicações importantes para o tratamento da insuficiência cardíaca.
Benefícios da cannabis para o sistema cardiovascular
Diversas pesquisas científicas destacam os potenciais benefícios da cannabis para a saúde cardiovascular.
Um estudo conduzido pela Universidade de Harvard em 2020 demonstrou que o uso moderado de cannabis pode estar associado a uma menor incidência de infarto do miocárdio. Os pesquisadores observaram que os canabinoides podem ter um efeito protetor sobre o coração, melhorando a função endotelial.
Outro estudo publicado no Journal of the American College of Cardiology em 2019 descobriu que a cannabis pode ajudar a controlar a pressão sanguínea em pacientes com hipertensão. Os pesquisadores notaram que o uso de cannabis estava associado a uma redução significativa nos níveis de pressão arterial sistólica e diastólica, sugerindo um potencial terapêutico.
É importante ressaltar que mais pesquisas são necessárias para entender completamente os mecanismos envolvidos e avaliar a segurança e eficácia da cannabis a longo prazo em contextos clínicos.
Riscos envolvidos
Apesar dos potenciais benefícios, o uso de cannabis também pode apresentar riscos para o sistema cardiovascular. Toda medicina, inclusive aquelas derivadas de plantas, deve ser abordada com responsabilidade.
A ciência da fitoterapia enfatiza que, mesmo os tratamentos naturais, precisam ser usados com cautela. A fitoterapia é o estudo e uso de plantas medicinais para tratar e prevenir doenças, baseando-se em evidências científicas sobre suas propriedades terapêuticas e efeitos no corpo humano.
Por isso, é fundamental considerar os riscos e sempre buscar orientação profissional para garantir um tratamento seguro e eficaz.
Um estudo realizado pela American Heart Association (AHA) em 2021 destacou que o consumo de cannabis pode aumentar o risco de arritmias cardíacas, sobretudo em indivíduos com predisposição a problemas cardíacos.
Esse mesmo estudo da American Heart Association indicou que inalar cannabis pode elevar os níveis de carboxi-hemoglobina e alcatrão no sangue, substâncias que estão ligadas a doenças musculares cardíacas, dores no peito, distúrbios do ritmo cardíaco e ataques cardíacos.
Os grupos mais suscetíveis a riscos como estes incluem principalmente pessoas com doenças cardiovasculares preexistentes, como hipertensão, diabetes e dislipidemia. Para minimizar esses riscos, é preciso seguir protocolos que incluem a melhor escolha das vias de administração mais seguras, bem como uma avaliação cuidadosa das interações medicamentosas.
Por isso, consultar profissionais de saúde capacitados e realizar monitoramentos regulares são passos vitais para garantir o uso seguro e responsável da cannabis.
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