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Os avanços científicos, médicos e econômicos da Argentina em relação à Cannabis

Sumário

Quando o assunto é a produção de conteúdo científico sobre Cannabis, a Argentina vive um momento ímpar em sua história. Isso porque, depois de aprovar em 2020 a lei que autoriza a pesquisa médica e científica do uso medicinal da Cannabis e seus derivados, em 2022 a Câmara dos Deputados argentina também aprovou (com 155 votos a favor, 56 contra e 19 abstenções) a lei que regulamenta a produção industrial da planta no país.

Isso quer dizer que virou bagunça? Negativo. O que vem a seguir é justamente o contrário.

O artigo 4° da lei n°27.669, publicado no Boletim Oficial da República Argentina, não só regulamentou a produção, mas criou também a Agência Reguladora da Indústria do Cânhamo e da Cannabis Medicinal (ARICCAME), que vai regular a importação, a exportação, o cultivo, a produção industrial, a fabricação, além da comercialização e a aquisição de sementes seja para fins medicinais ou industriais.

Ou seja, a partir de agora toda a cadeia de valor dos produtos derivados dessa indústria será regulamentada e fiscalizada, garantindo uma certificação nacional sobre a sua qualidade. 

Mas porque regulamentar um mercado como o da Cannabis? Que benefícios pode haver em comprar essa briga? Diversos, afirmam os especialistas. 

O primeiro (e o maior deles) diz respeito justamente à saúde e à qualidade de vida de milhares de argentinos. Porque muito em breve quem depende dos produtos à base de Cannabis para tratar, artrites, Alzheimer, transtornos do sono, dores crônicas e tantas outras condições, terá a certeza do acesso a produtos de qualidade, com garantia de procedência e a custos muito mais acessíveis.

Em seguida, além dos benefícios ambientais (as fibras de cânhamo podem ser usadas na produção de papel, tecidos, compostos plásticos e materiais de construção – com a vantagem de precisar de menos fertilizantes, pesticidas ou inseticidas do que o milho, por exemplo) existem ainda os benefícios econômicos (suas sementes podem ser usadas na produção de alimentos, suplementos nutricionais, medicamentos e até cosméticos).

Tudo isso, é claro, sem citar ainda a possibilidade de gerar até 10.000 novos empregos e injetar mais de U$ 500 milhões na economia do país até 2025. Um exemplo para toda a América Latina. 

Atualmente, no Brasil, por exemplo, o acesso a tratamentos à base de cannabis tem muitas limitações, principalmente com relação aos preços dos produtos (que são todos importados). Por isso, o caminho que a Argentina tem mostrado é, para o Brasil, um avanço que poderia ser observado com muito mais atenção e carinho. 

Caminhar no sentido de democratizar cada vez mais o acesso à Cannabis, com a criação de agências que possam contribuir para um desenvolvimento econômico, científico e tecnológico, tornando-a realmente mais acessível às pessoas que precisam dos tratamentos à base de produtos canábicos, seria não apenas um avanço em saúde e bem estar mas, principalmente, humanitário.

Fontes:

https://hemptoday.net/argentina-will-put-106-million-into-research-of-hemp-medical-cannabis/

https://www.conicet.gov.ar/se-creo-la-agencia-regulatoria-de-la-industria-del-canamo-y-del-cannabis-medicinal-ariccame/

https://greensciencetimes.com/legislacao/argentina-deputados-aprovaram-a-lei-da-cannabis-medicinal-e-do-canhamo-industrial/

Texto escrito por André Robles

Revisão médica:

Dr. Sérgio Rayol – CRM SP 165458

Diretor médico na CannaCare.

Médico pela Universidade Estadual de Pernambuco (UPE). Especialista em Clínica Médica pelo Hospital Santa Marcelina e em Hematologia e Hemoterapia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Curso de Medicina Paliativa no Instituto Pallium (Buenos Aires). Curso de Medicina Cannabinoide pela WeCann Academy

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