Com decisões difíceis a tomar sobre impostos e gastos, o novo Primeiro-Ministro britânico, Rishi Sunak, tem grandes desafios pela frente. Com o país imerso em questões como a recuperação da economia pós COVID e a saída da União Europeia, todos estarão atentos às suas ações.
Não só porque ele chega após um período turbulento (depois de dois primeiros ministros renunciarem ao cargo em meio a crises políticas), mas porque todos agora esperam que suas atitudes reflitam a estabilidade necessária para acelerar a estabilização da economia, protegendo empresas e empregos.
O problema é que, para muitos especialistas, somente mexer nos setores existentes não será suficiente para isso e a solução seria permitir que novas indústrias prosperassem. Indústrias como, por exemplo, as do mercado canábico, atualmente com o maior potencial para virar esse jogo.
As vantagens do cânhamo industrial
Competindo com grandes empresas sediadas no exterior, os agricultores do Reino Unido estão enfrentando desafios imensos. Isso porque, fora do país existem regulamentação mais brandas, subsídios agrícolas mais baratos e menos desafios como as mudanças climáticas.
O cânhamo industrial, por exemplo, poderia desempenhar um papel importante em tornar o setor agrícola britânico mais dinâmico e bem-sucedido.
O que é o cânhamo?
O cânhamo é uma planta pertencente à espécie Cannabis, cujas fibras podem ser usadas na produção de papel, tecidos, cordas, compostos plásticos e até materiais de construção, enquanto as suas sementes podem ser usadas na produção de alimentos, suplementos nutricionais, medicamentos e cosméticos.
Mas se você pensa que os benefícios do cultivo do cânhamo terminam em sua versatilidade, se enganou!
As plantas de cânhamo requerem menos fertilizantes, pesticidas ou inseticidas do que o milho, por exemplo, reduzindo assim os custos e o impacto ambiental. Seu uso na rotação de culturas ainda permite que o rendimento da próxima safra aumente em mais de 15%.
Quer mais? Temos! Além de oferecer benefícios ambientais como o sequestro de carbono (termo usado para indicar a eliminação do gás carbônico da atmosfera, transformando-o em oxigênio), o cânhamo também pode ser usado como biocombustível, reduzindo as emissões de gases poluentes se comparado a combustíveis fósseis como gasolina e diesel.
Um agronegócio mais competitivo
Para que tudo isso seja possível, no entanto, são necessárias mudanças regulatórias nas leis britânicas. Seria honesto, por exemplo, aumentar o limite permitido de THC das sementes de cânhamo de 0,2% para 1%, alinhando o Reino Unido com o que já é praticado em países como a Suíça.
Mudanças que trariam benefícios bastante significativos para o setor agrícola, tornando o Reino Unido mais competitivo em relação aos EUA e à própria União Europeia, permitindo que os agricultores britânicos obtenham retornos maiores em seus investimentos.
As possibilidades do cânhamo para o mercado brasileiro
Uma regulamentação inteligente também poderia ser oportunidade para países como o Brasil, uma das maiores potências agrícolas do mundo, criando mais uma alternativa positiva para o nosso agronegócio, atendendo ao mercado interno e nos fazendo ainda mais competitivos no cenário internacional.
Combinando o potencial de crescimento de um novo setor tão dinâmico, com características ambientais favoráveis como as nossas, o cultivo da cannabis e seu uso industrial poderiam alavancar o agronegócio brasileiro exponencialmente, gerando crescimento econômico e ampliando nossa ações no sentido de cumprir com compromissos ambientais como os acordados recentemente na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2022, a COP27.
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