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Brasil e o cultivo de Cannabis

Sumário

Com uma área cultivável do tamanho de 32 países europeus, atualmente o Brasil é uma das maiores potências agrícolas do mundo. São mais de 550 milhões de hectares dedicados às mais diversas culturas e, segundo especialistas, com grande potencial para seguir crescendo e se desenvolvendo de forma sustentável.

Com tanto a oferecer, o agronegócio nacional tem chamado a atenção de diversas empresas internacionais de cannabis, interessadas tanto em nosso grande mercado consumidor, quanto em uma proposta que poderia legalizar o plantio por aqui.

Mas porque o Brasil se destacaria nesse cenário e qual a importância de superarmos ideias tão ultrapassadas quanto as que ainda cercam a maconha de tabus no país? Vem com a gente saber mais sobre o andamento desse processo e porque a legalização do cultivo da maconha colocaria o Brasil na linha de frente do setor globalmente.

A legalização do cultivo no país

Considerando apenas o comércio exterior, já somos líderes na exportação de laranja, açúcar, aves e soja, além do segundo maior exportador de milho. Por isso, não é difícil acreditar na previsão dos especialistas de que, uma vez legalizado o cultivo, em pouco tempo o Brasil também poderia se tornar um dos principais produtores de cannabis e cânhamo do mundo.

Cultivar as plantas em terras tupiniquins lançaria as bases para uma indústria integrada, fonte estável da matéria-prima e de fabricação de produtos terapêuticos à base de cannabis, além de incluir o país em um mercado bilionário de varejo e exportação.

O projeto de lei que regulamentaria o cultivo, contudo, apesar de já ter passado por um dos comitês da Câmara dos Deputados com apoio de diversos representantes da bancada do agronegócio, ainda encontra obstáculos para sua aprovação como, por exemplo, parlamentares de extrema-direita, apoiadores do até então presidente Bolsonaro e por isso contrários à decisão.

Por que o Brasil?

Na cidade mineira de Viçosa, já apelidado de Vale do Silício da Cannabis (em referência à região da Baía de São Francisco, nos EUA, que há muito anos é a incubadora de start-ups e empresas globais de tecnologia como Apple, Facebook e Google), pesquisadores já estão trabalhando no desenvolvimento de variedades específicas de Cannabis para o Brasil.

Mas não é só isso. Além do nosso imenso mercado consumidor de medicamentos, nossa localização geográfica também é muito favorável. Nosso clima quente, por exemplo, somado às nossas muitas horas diárias de luz solar, permitem que as plantas cresçam ao ar livre, reduzindo o custo de manutenção das estufas, indispensáveis para o cultivo da cannabis em outros países.

Capital e investimento estrangeiro

Gabriela Cezar, executiva-chefe do banco de investimento Panarea Partners, com sede em Nova York, vê o Brasil desempenhando um papel de liderança no agronegócio do cânhamo na América Latina.

Por isso, a empresa já caminha na criação de uma empresa brasileira de cannabis focada
em produtos farmacêuticos para animais de estimação, enquanto busca intermediar mais negócios de cannabis no Brasil.

Sérgio Rocha,diretor da startup de tecnologia agrícola Adwa, que está desenvolvendo a cepa de cânhamo para o Brasil, defende que cerca 1,2 milhão de milhas quadradas de terra seriam potencialmente adequados para cultivar a nova variedade e ultrapassar os números da China, atualmente a maior produtora.

A Canopy Growth, em 2019 considerada a maior empresa de cannabis do mundo com base em seu valor de mercado, também está monitorando ativamente o avanço da regulamentação de cânhamo no Brasil, disse David Culver, vice-presidente de relações governamentais globais da empresa.

A questão da legalização do cultivo no país

Fausto Pinato, da Frente Parlamentar do Agronegócio, questiona: “Se a venda é autorizada, porque não o cultivo?”. Um questionamento, aliás, que faz todo o sentido.

A aprovação de todas as etapas do ecossistema da cannabis, incluindo o plantio e a industrialização, colocaria o Brasil na linha de frente do setor globalmente, tendo em vista a capacidade já demonstrada pelo país em agregar tecnologia em cadeias produtivas do agronegócio.

Tudo isso sem falar, é claro, na redução dos custos finais para pessoas que hoje tem nos tratamentos à base de Cannabis a eficácia muitas vezes não encontrada em outras terapias contra insônia, ansiedade, depressão, dores crônicas, transtornos do espectro autista (TEA), Parkinson, Alzheimer e até cuidados paliativos contra efeitos colaterais de tratamentos contra o câncer.

Fontes:

Texto escrito por Alisson Luiz Dias

Revisão médica:

Dr. Sérgio Rayol – CRM SP 165458

Diretor médico na CannaCare.

Médico pela Universidade Estadual de Pernambuco (UPE). Especialista em Clínica Médica pelo Hospital Santa Marcelina e em Hematologia e Hemoterapia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Curso de Medicina Paliativa no Instituto Pallium (Buenos Aires). Curso de Medicina Cannabinoide pela WeCann Academy

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