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THC no organismo: quanto tempo fica, fatores que influenciam e mais!

Sumário

Em tempos de discussões intensas sobre a legalização da cannabis e crescimento da utilização da planta no universo médico, cada vez mais pessoas buscam entender detalhadamente a cannabis e seus componentes. Um dos protagonistas dessa história é, sem dúvidas, o THC. Muitos se perguntam: ‘Por quanto tempo exatamente o THC permanece no meu sistema? E o que pode influenciar sua permanência?’ É vital entender isso, seja por razões médicas, curiosidade pessoal ou para aqueles que necessitam fazer testes de detecção de drogas.

Neste artigo, abordaremos não apenas a metabolização do THC no organismo, mas também os múltiplos fatores que influenciam sua detecção e duração no sangue. Além disso, faremos uma imersão na complexa relação entre o THC e o Sistema Endocanabinoide, desvendando como essa interação se traduz nos efeitos que sentimos. Sem deixar de lado, é claro, os métodos de desintoxicação e algumas dicas que podem ser úteis.

Se você busca uma visão ampla e respaldada cientificamente sobre o THC, está no lugar certo! Vamos embarcar juntos nesta jornada de descobertas e, prometemos, ao final você terá uma compreensão muito mais rica sobre esse fascinante canabinoide. Vem com a gente!

O potencial terapêutico do THC: Mais do que apenas efeitos recreativos

O THC (tetra-hidrocanabinol) é frequentemente associado às sensações de euforia que muitas pessoas experimentam após consumir cannabis. No entanto, a ciência tem indicado que esse canabinoide tem muito mais a oferecer do que simplesmente uma “viagem”. Nas últimas décadas, pesquisas têm explorado e descoberto seu vasto potencial terapêutico, que vai desde aliviar sintomas incômodos a possivelmente tratar diversas condições médicas. Entenda melhor alguns desses benefícios médicos:

1. Alívio da dor crônica

De acordo com uma revisão abrangente de estudos publicada pelo National Academies of Sciences, Engineering, and Medicine em 2017, existe evidência substancial de que a cannabis, especificamente graças ao THC, é eficaz no tratamento da dor crônica em adultos. O THC age no sistema nervoso, alterando os sinais de dor.

2. Esclerose múltipla

Os espasmos musculares, que podem ser dolorosos e debilitantes, são um sintoma comum da esclerose múltipla. Um estudo de 2012 publicado no Journal of Neurology, Neurosurgery, and Psychiatry constatou que os pacientes que receberam um tratamento à base de THC experimentaram uma redução significativa nos espasmos e na dor associada.

3. Sintomas associados à quimioterapia

Um dos usos médicos mais conhecidos do THC é no tratamento de sintomas associados à quimioterapia. Um artigo de 2023 no British Journal of Cancer envolveu 358 pacientes com câncer e revelou que o THC é um tratamento complementar seguro e eficaz para aliviar a dor em pacientes com câncer.

4. Estimulação do apetite

O THC tem demonstrado ser eficaz no estímulo do apetite, o que pode ser benéfico para pacientes com HIV/AIDS ou outras condições que causam náusea ou perda de apetite. Uma pesquisa de 2005 no Journal of Acquired Immune Deficiency Syndromes observou que o THC administrado a pacientes com HIV levou a um aumento significativo no apetite e na ingestão calórica em comparação com um placebo.

5. Redução da pressão intraocular

Pacientes com glaucoma têm se beneficiado do THC para reduzir a pressão intraocular, um dos principais fatores de risco da doença. Embora o THC não substitua outros tratamentos oftálmicos, ele pode atuar como uma terapia adjuvante, conforme documentado em pesquisas da área.

O THC tem se mostrado um componente versátil e eficaz em diversas frentes terapêuticas. A ciência continua a explorar sua amplitude de aplicações médicas, reforçando a importância de uma abordagem informada e aberta à cannabis e seus canabinóides. À medida que nos afastamos dos estigmas e abraçamos a ciência, revelam-se mais oportunidades para usar a cannabis de forma benéfica e curativa.

A complexa interação entre THC e o Sistema Endocanabinoide

O Sistema Endocanabinoide (SEC) é um dos sistemas biológicos mais intrigantes e essenciais do corpo humano. Ele desempenha um papel crucial na regulação de várias funções fisiológicas, incluindo humor, apetite, sono, resposta imunológica e memória. Mas, o que acontece quando introduzimos o THC, um dos principais canabinóides da planta de cannabis, a esse sistema? Vamos mergulhar profundamente nessa relação dinâmica.

1. O que é o Sistema Endocanabinoide?

O SEC é composto por três componentes principais:

  • Endocanabinoides: São neurotransmissores naturais, como a anandamida e o 2-AG, que nosso corpo produz. Eles atuam como “chaves” que se ligam aos receptores canabinóides.
  • Receptores Canabinóides: Localizados por todo o corpo, os dois tipos principais são CB1 e CB2.
  • Enzimas: São responsáveis pela síntese e degradação dos endocanabinóides.

2. Ação do THC nos receptores CB1 e CB2

O THC, ao ser introduzido no corpo, imita a função dos endocanabinoides naturais, em particular a anandamida. O THC é um agonista parcial do CB1 e CB2.

  • Receptores CB1: Estes receptores estão amplamente distribuídos pelo cérebro e sistema nervoso central. Quando o THC se liga a eles, isso pode resultar em efeitos como euforia, alterações sensoriais, alteração da percepção do tempo e outros efeitos psicoativos associados ao consumo de cannabis. Uma pesquisa publicada no Journal of Neuroscience em 2016 destacou como o THC influencia a neurotransmissão nos receptores CB1, levando aos efeitos psicoativos.
  • Receptores CB2: Localizados principalmente nas células do sistema imunológico, sua ativação não resulta em efeitos psicotrópicos. No entanto, a ligação do THC a esses receptores pode influenciar funções imunológicas e inflamatórias. De acordo com um estudo de 2009 no Journal of Pharmacology and Experimental Therapeutics, a ativação dos receptores CB2 pode ter propriedades anti-inflamatórias.

3. Resultados da interação

A interação do THC com o SEC não apenas produz os efeitos psicoativos conhecidos da cannabis, mas também tem potenciais benefícios terapêuticos, como alívio da dor, redução da inflamação e melhora do apetite. Além disso, essa interação complexa está no centro das pesquisas médicas sobre a cannabis, buscando entender melhor como diferentes canabinóides podem ser usados para tratar várias condições.

Entender a relação entre THC e o Sistema Endocanabinoide nos ajuda a compreender não apenas o “porquê” sentimos os efeitos da cannabis, mas também como podemos utilizar essa planta de maneira responsável e informada para fins terapêuticos. À medida que a ciência avança, continuamos a descobrir a dimensão e complexidade desse sistema e sua interação com os canabinoides.

Como o THC é metabolizado no organismo?

O Tetra-Hidrocanabinol (THC) é, sem dúvidas, a estrela psicotrópica da cannabis. Mas, uma vez que entra em nosso corpo, como exatamente ele é processado e eliminado? A resposta, como muitas coisas em ciência, varia. E parte dessa variação se dá pelo método de consumo.

Inalação (fumado ou vaporizado):

Quando você inala cannabis, o THC passa primeiro pelos pulmões. Dentro de segundos, o composto é absorvido pelos pequenos sacos de ar chamados alvéolos e rapidamente entra na corrente sanguínea. De lá, ele é transportado diretamente para o cérebro, produzindo os efeitos quase que imediatamente. O pico de THC no sangue ocorre em torno de 3 a 10 minutos após a inalação, sendo metabolizado rapidamente.

Ingestão (comestíveis e óleos):

Os produtos de cannabis ingeridos têm uma trajetória diferente. Quando consumidos, viajam pelo sistema digestivo. A absorção do THC começa no estômago e continua no intestino delgado. Daí, o THC entra no fígado antes de atingir a circulação geral. No fígado, o THC é convertido em 11-hidroxi-THC, que é ainda mais potente. Este processo pode explicar por que os efeitos dos comestíveis podem ser mais intensos e duradouros.

Absorção sublingual e tópicos:

Algumas pessoas optam por usar tinturas sublinguais ou cremes (tópicos). No método sublingual, o THC é absorvido diretamente através das mucosas na boca. Com os tópicos, o THC penetra na pele mas, em geral, não entra na corrente sanguínea. Em vez disso, interage com os receptores locais, não produzindo efeitos psicoativos típicos.

Em todos esses métodos, após exercer seus efeitos, o THC é metabolizado principalmente no fígado e transformado em metabólitos, como o já mencionado 11-hidroxi-THC. Com o tempo, esses compostos são eliminados do corpo principalmente através da urina e das fezes.

Em resumo, o caminho que o THC percorre no seu corpo pode variar bastante dependendo de como você decide consumi-lo. Mas, independentemente da rota, é sempre uma jornada fascinante de bioquímica e interação corpo-planta.

Fatores que influenciam quanto tempo o THC pode ser detectado no sangue

Quando se trata de cannabis, uma das preocupações comuns é: por quanto tempo o THC pode ser detectado em meu sistema? A resposta não é tão direta quanto se poderia esperar, devido à variedade de fatores que influenciam a retenção e a detecção do THC no organismo. Seguem questões importantes a se considerar:

1. Frequência de uso:

  • Usuários ocasionais: Indivíduos que consomem cannabis esporadicamente, ou seja, menos de três vezes por semana, geralmente têm uma janela de detecção mais curta. Pesquisas indicam que, para esse grupo, o THC pode ser detectado em testes de urina por até 3 dias após o consumo.
  • Usuários frequentes: Por outro lado, para aqueles que consomem regularmente (todos os dias ou quase todos os dias), estudos sugerem que o THC pode ser detectado por até 30 dias ou mais após o último uso.

2. Metabolismo:

Assim como qualquer outra substância que consumimos, o THC é processado e eliminado pelo nosso metabolismo. Fatores como dieta, atividade física e genética podem influenciar a velocidade com que nosso corpo metaboliza o THC. Por exemplo, um estudo publicado no Journal of Clinical Pharmacology mostrou que o exercício pode aumentar a concentração plasmática de THC em usuários regulares, sugerindo uma liberação do THC armazenado em tecidos adiposos.

3. Tipo de teste de drogas:

  • Urina: É o teste mais comum e pode detectar metabólitos do THC por até 3 dias para usuários ocasionais e até 30 dias (ou mais) para usuários frequentes.
  • Sangue: Geralmente detecta o THC por um período mais curto, de 1 a 2 dias após o uso para a maioria das pessoas, mas pode chegar a 25 dias para usuários frequentes.
  • Cabelo: O THC pode ser detectado nos folículos capilares por até 90 dias. No entanto, este teste é menos comum devido à sua natureza invasiva e custo mais elevado.
  • Saliva: Estudos indicam que os testes de saliva podem detectar o THC dentro de 24 horas após o uso. No entanto, a janela de detecção pode ser mais longa para usuários frequentes.

4. Índice de massa corporal (IMC):

Como o THC é lipossolúvel, ele se liga aos tecidos adiposos do corpo. Isso significa que indivíduos com um IMC mais alto podem reter THC por mais tempo do que aqueles com menos gordura corporal.

5. Hidratação e Dieta:

A quantidade de água que consumimos e o tipo de alimentos que ingerimos também podem influenciar na excreção do THC. Estar bem hidratado pode acelerar a eliminação, enquanto certas dietas podem retardá-la.

Em resumo, o tempo que o THC permanece detectável em seu sistema é influenciado por uma combinação de fatores. Se você está preocupado com testes de drogas ou simplesmente curioso sobre a farmacocinética do THC, é crucial considerar todos esses fatores e entender que cada pessoa é única.

Métodos e dicas para acelerar a eliminação do THC do corpo

O corpo humano é uma máquina incrivelmente eficiente quando se trata de processar e eliminar substâncias estranhas, incluindo o THC. No entanto, devido à sua natureza lipossolúvel, o THC pode ser um pouco mais “teimoso” na hora de deixar o sistema. Embora não exista uma “cura mágica” para expulsar o THC do corpo rapidamente, existem algumas estratégias que podem auxiliar no processo de clearance.:

1. Beber muita água:

A hidratação é fundamental para manter todos os sistemas do corpo funcionando adequadamente. Beber água pode auxiliar os rins a filtrar metabólitos, incluindo os metabólitos do THC, e excretá-los pela urina. No entanto, é importante observar que beber água em excesso pode ser prejudicial, então sempre faça isso com moderação.

2. Exercícios físicos:

Dado que o THC se armazena em células de gordura, atividades físicas que promovem a queima de gordura podem ajudar a liberar o THC armazenado. Isso pode, então, ser processado e eliminado pelo corpo. Porém, vale lembrar: se você tem um teste toxicológico se aproximando, evite fazer exercícios intensos nas 24 horas que antecedem o teste. Estudos mostraram que o exercício pode temporariamente aumentar os níveis de THC no sangue à medida que é liberado das reservas de gordura.

3. Dieta balanceada:

A fibra é um componente dietético essencial quando se trata de regular nosso sistema digestivo. Alimentos ricos em fibras, como grãos integrais, legumes, frutas e vegetais, podem ajudar a acelerar a excreção do THC, já que alguns metabólitos são eliminados pelo corpo através das fezes. Além disso, evite consumir alimentos ricos em gorduras e açúcares, pois podem aumentar a retenção de THC.

4. Saunas e banhos de vapor:

Embora a pesquisa seja limitada, algumas pessoas acreditam que suar pode ajudar na eliminação de toxinas, incluindo o THC. Mas, como sempre, é importante se hidratar adequadamente e ouvir o seu corpo para evitar superaquecimento.

Enquanto algumas estratégias podem acelerar a eliminação do THC, é vital lembrar que cada corpo é único. O que funciona para uma pessoa pode não ser eficaz para outra. Sempre priorize seu bem-estar e consulte um profissional de saúde antes de fazer mudanças significativas na dieta ou no estilo de vida.

Esclarecimento de equívocos relacionados a testes de drogas

Os testes de drogas, especialmente os relacionados à cannabis, são cercados por diversos mitos e informações equivocadas. No mundo da internet, onde a informação se espalha rapidamente, é essencial distinguir fato de ficção. Abaixo, vamos desmistificar alguns dos equívocos mais comuns:

1. Tomar aspirina vai ajudar a passar no teste de drogas?

Não. Esse é um mito popular que circula há anos. Alguns acreditam que a aspirina pode interferir com os resultados dos testes químicos, levando a um falso negativo. Entretanto, pesquisas científicas e análises laboratoriais mostraram que a aspirina não tem capacidade de mascarar a presença de THC ou seus metabólitos no organismo.

2. Comer papoula pode resultar em um falso positivo para cannabis?

Outro equívoco comum. A resposta é não. A semente de papoula, quando consumida em grandes quantidades, pode levar a um falso positivo em testes para opiáceos devido à presença de alcalóides da morfina. Entretanto, não há relação alguma com a detecção do THC. 

3. Os testes de drogas detectam CBD?

Essa é uma questão relevante, considerando o aumento da popularidade do CBD como suplemento de bem-estar. Em sua essência, os testes padrão de drogas são projetados para detectar THC, e não CBD. Isso significa que o consumo isolado de CBD puro não deve resultar em um teste positivo. No entanto, é crucial saber a origem do seu CBD. Algumas formulações podem conter traços de THC, principalmente se derivadas do extrato completo da planta de cannabis. Portanto, o uso intenso e contínuo desses produtos pode, teoricamente, levar a níveis detectáveis de THC no corpo.

4. Beber vinagre vai limpar o THC do sistema?

Esse é outro mito que circula por aí. A ideia por trás desse equívoco é que o vinagre, devido à sua natureza ácida, pode alterar o pH da urina e, assim, mascarar ou eliminar o THC. No entanto, a realidade é que, embora o vinagre possa alterar o pH urinário, isso não tem impacto significativo na detecção do THC. Portanto, não beba vinagre!

A informação é nossa maior aliada. O melhor caminho para se preparar para um teste de drogas é estar ciente de quanto tempo o THC pode permanecer no seu sistema e se abster de consumo conforme necessário. E lembre-se, sempre recorra a fontes confiáveis ao buscar informações e esclarecimentos sobre o assunto.

Uma jornada de descoberta e bem-estar

Navegar pelo universo da cannabis e seus canabinóides, como o THC, é uma aventura tanto de conhecimento quanto de autoconhecimento. À medida que avançamos em nossos estudos e descobertas, percebemos a profundidade e o potencial que esta planta milenar oferece tanto para nossa saúde, quanto no vasto território do bem-estar.

O consumo consciente e informado é fundamental. Afinal, por trás de cada genética ou extrato, há uma complexidade química e biológica que interage de maneira única com o nosso organismo. Compreender essas nuances é vital para uma experiência positiva e terapêutica com a cannabis.

Na CannaCare, nossa missão é ser uma ponte entre você e este mundo incrível da terapia com a cannabis. Temos uma paixão profunda pela ciência e pelo bem-estar, e é esse sentimento que nos move a fornecer informações atualizadas, claras e baseadas em evidências. Nosso time de especialistas, com formação e vasta experiência na terapia canabinoide, está sempre pronto para orientar, esclarecer dúvidas, discutir pesquisas e, acima de tudo, apoiar você em cada etapa da sua jornada com a cannabis.

Independentemente de onde você esteja em sua trajetória – seja apenas curioso, um paciente em potencial, ou alguém já integrado ao tratamento com cannabis – saiba que não está sozinho. A CannaCare está aqui para caminhar ao seu lado, garantindo que sua experiência seja segura, informada e enriquecedora.

Texto escrito por Mariana Ferreira

Revisão médica:

Dr. Sérgio Rayol – CRM SP 165458

Diretor médico na CannaCare.

Médico pela Universidade Estadual de Pernambuco (UPE). Especialista em Clínica Médica pelo Hospital Santa Marcelina e em Hematologia e Hemoterapia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Curso de Medicina Paliativa no Instituto Pallium (Buenos Aires). Curso de Medicina Cannabinoide pela WeCann Academy

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